sábado, 30 de março de 2013

Ressurreição

Senhor!
Eu bem te vejo, apesar
da escuridão!
Inda me não tocou a tua mão,
mas bem na sinto, bem na sinto em meus cabelos,
numa carícia igual a um perfume ou um perdão.

Senhor!
Eu bem te vejo, apesar
da escuridão!
Que já se abriram cinco
(ou são cinquenta?...?
ou são quinhentas?---)
Estrelinhas azuis no Céu azul
- as Tuas cinco, ou não sei quantas, feridas
lavadas pelas águas lá de Cima.

Vejo-Te ainda incerto e vago
como um desenho sumido,
mas esta é, Jesus, a última das noites.
Há já três
(não Te lembras, Senhor, das bofetadas
e dos cravos nos pés?...)
que Te pregaram numa cruz
e que morreste.

Até logo, Senhor!
(Deixa ser longa a Noite e o Logo longo,
que é de noite que eu seco os meus espinhos
e cavo, na minh´alma, o Teu jardim.
Rompa tarde a Manhã de ao fim
da Tua minha Noite derradeira.

- Não quero é que Te rasgues novamente,
quando, no terceiro Dia longe - perto
misericordiosamente,
ressuscitares em mim.)

Sebastião da Gama  In Serra-Mãe

Ressurreição - 2ª Sinfonia Gustav Mahler


sexta-feira, 29 de março de 2013

Palavras de vida na proximidade da morte


Sétima: A entrega da vida – “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lc 23,46)

Lc 23 - 44Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. 45O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio. 46Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou.

Uma morte cheia de vida: cheia de amor. Esta morte foi um acontecimento de amor!

Sexta: A missão cumprida – “Tudo está consumado.” (Jo 19,30)

Jo 1930Quando tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

Morre em paz quem cumpre a sua missão. Obrigado! Adeus!


Quinta: O desejo expresso – “Tenho sede!” (Jo 19, 28)

Jo 19 28Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!» 29Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca.

Últimas vontades e sua satisfação. Satisfação de necessidades físicas psíquicas e espirituais.

quinta-feira, 28 de março de 2013


Quarta: A angústia profunda – “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mc 15,34; Mt 27,46)

Mc 15 - 33Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde. 34E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? 35Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!» 36Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.» 37Mas Jesus, com um grito forte, expirou.

Com o Salmo 22, o itinerário do sofredor: da angústia à confiança; da angústia à serenidade e ao louvor.


Terceira: A esperança real – “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc 23,43)

Lc 23 39Um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.» 40Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? 41Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas ações mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.» 42E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.» 43Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»

Só o amor é fundamento de esperança!

Segunda: A continuidade da relação – “Mulher, eis o teu filho!” (Jo 19,26)... “Eis a tua mãe!” (Jo 19,27)

Jo 19 - 25Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» 27Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.

Na vida para além desta, há laços que continuam. O amor é mais forte do que a morte!

Primeira: O perdão incondicional – “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.” (Lc 23, 34)

Lc 23 - 33Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. 34Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.»

Quando estamos na proximidade da morte, precisamos de ser perdoados e de perdoar.